domingo, 15 de fevereiro de 2009

L'amour...

Ontem, como é sabido, foi dia de S. Valentim ou, simplesmente, o dia dos namorados.
Esta, à semelhança de outras datas como o dia do pai, da mãe, da mulher ou da criança, a meu ver, não faz grande sentido.

Todos os dias são propícios para a manifestação de gestos de carinho e de compaixão para com aqueles que mais amamos, sejam eles companheiros, pais ou amigos.
A comemoração destas datas tem apenas um propósito, o consumismo.
Se repararmos, quando estamos próximos destes dias surgem campanhas publicitárias que anunciam pacotes de chamadas a custos reduzidos, promoções de artigos e facilidades extremamente cativantes. Acabamos por ser persuadidos e por adquirir bens que oferecemos sem saber ao certo porque o fazemos.
Naturalmente que nutrimos sentimentos pela pessoa que presenteamos...contudo limitamo-nos a comprar algo porque todos o fazem, apenas para não destoar e para não fugir à regra. Oferecemos algo porque, de certa forma, somos forçados a fazê-lo.

A meu ver, estes dias, que foram instituídos pela sociedade, tornam tudo tão mais artificial e frio pois as pessoas deixam de ser autênticas e espontâneas. A magia dos momentos acaba por se dissipar, dando lugar a rotinas e a situações previsíveis.


Tudo isto não passa de uma tremenda hipocrisia, pois todos os dias são ideais para tornar os nossos entes queridos mais felizes, através da oferenda de presentes ou simplesmente proferindo palavras sentidas e sinceras.

Andreia

sábado, 7 de fevereiro de 2009

O que se passa com o cinema contemporâneo?

Uma questão que há muito faço e para a qual não encontro resposta. A verdade é que, como grande apreciadora da enorme beleza e mundo fantástico que é o da 7ª arte, me encontro bastante desiludida!


Vamos por partes! O cinema português. Será que foi feito um contrato que delimita o conteúdo dos filmes portugueses como quase exclusivamente Erotismo e, digo mesmo, Pornografia? Tirando filmes como Fados, as produções portuguesas mais recentes revolvem (quase) todas em torno de intrigas e sexualidade...É de admirar que a nossa sociedade olhe como grandes marcos do cinema nacional filmes como A Canção de Lisboa, ou O Pátio das Cantigas, que contam já com emissões de mais de 20 anos? O problema não são esses filmes, não! O problema é que nesses 20/30 anos não foram feitos filmes que os conseguissem superar! E pergunto-me, com a infinidade de temas por explorar no cinema nacional, porquê optar por só um? Lembro-vos que é, também, por esse estilo que somos reconhecidos no estrangeiro...

No panorama internacional. Acho impressionante como nos meses de Março a Outubro, não consigo sair de uma sala de cinema e dizer "Ora aqui está um filme digno de um Óscar!". Porquê? Aparentemente, porque os filmes que exploram os temas mais controversos, actuais, interessantes só são transmitidos no cinema a partir dos dias finais de Novembro. O objectivo não podia ser mais claro, as grandes cerimónias de entrega de prémios, como os Oscares da academia, ou Globos de Ouro, só ocorrem em Janeiro/Fevereiro.
(atenção, com isto, não quero, de modo algum, dizer que os únicos filmes realmente bons são apenas os que recebem Oscares. Este é apenas o tema deste meu "desabafo")

Recapitulemos o ano 2008 em cinema internacional: Conspiracy, You don't mess with the Zohan, Hancock, American Teen, Saw V, Bolt, Transporter 3, entre muitos mais...Filmes bons, muito bons (alguns) até, mas não são material de Óscar, como os críticos tanto gostam de dizer. O que é, então, material de Óscar? Filmes como The Curious Case of Benjamin Button, Milk, Changeling, e Vicky Cristina Barcelona parecem ter a resposta, uma vez que são todos nomeados para a cerimonia que se aproxima. E, curiosamente, foram estes filmes que invadiram as salas de cinemas internacionais no mês de Dezembro.

Não repreendo, de maneira nenhuma, estes filmes. Admiro as suas histórias, os seus actores e realizadores...mas também admiro os daqueles de que ninguém se lembra e que parecem ter sido usados como "enchimento" durante o ano para nos preparar para a saída destas "obras-primas". Venham os filmes com conteúdo, venham os materiais de Óscar e venham os êxitos de bilheteira...mas venham durante todo o decorrer do ano!

Que nos façam sair do cinema em Janeiro, Fevereiro...Setembro, Outubro até! e dizer "Ora aqui está um filme digno de um Óscar!"

Joana.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Frida Kahlo - Uma referência



Encontrei este vídeo e achei-o extraordinário! Não só por estar muito bem conseguido em termos estéticos e visuais (os efeitos estão fantásticos, parece que se está a pintar toda uma vida...), mas também por retratar uma mulher que é uma das minhas referências Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón. Esta talentosa artista é um exemplo de força, vontade de viver, persistência. As suas limitações físicas nunca se revelaram verdadeiros entraves para que esta pudesse ter uma vida plena de criatividade, convicções, lutas ideológicas, amores e desamores...
A forma como ela se relacionava com as suas raízes deleita-me, os trajes tradicionais que envergava, os colares coloridos, os penteados típicos...a própria tequila que bebia...fazia-o com um ardor, um orgulho de ser mexicana!

Creio que a frase "Para que preciso de pés se posso voar?", proferida pela pintora após uma amputação, sintetiza toda a sua essência! Sem nunca desistir, Frida lutou sempre e até ao fim contra as partidas que o destino e a sua débil saúde lhe foram pregando. Apesar de tudo, uma coisa é certa, nunca ninguém poderá dizer que esta mulher era uma figura frágil, ela era uma lutadora carismática com "muchas ganas de vivir"!

Liliana